Aqui está um ditado que espelha bem a sofreguidão do Executivo da União de Freguesias de Massamá e Monte Abraão em tentar, nos últimos meses, fazer parecer que neste mandato muito se fez quando, na realidade, o que foi feito foi muito pouco e, em muitos casos, mal feito por ausência de uma estratégia e planificação de acordo com as verdadeiras necessidades da população.

Não é muito o espaço para expor aqui tudo onde se falhou e menos para apresentar alternativas mas, não será difícil perceber, que não basta alcatroar este ou aquele curto troço de estrada, não parque urbano com valência chega fazer um pequeno parque urbano com valências de lazer quando falta uns que sirvam todos, não basta manter ou recuperar equipamentos (isso é obrigação) e depois inaugurar nem que seja a colocação de uma rede ou de um assento. E que dizer na educação, no apoio social onde nem se fez nem se atuou junto do executivo municipal para que fossem construídas infraestruturas ou feitas intervenções nas infraestruturas escolares.

Na educação agravam-se, de dia para dia, a falta de pessoal auxiliar, nomeadamente, no 1º ciclo e Jardim de Infância, responsabilidade do município, com graves repercussões no funcionamento das escolas e, principalmente, na segurança dos alunos. Há falta de condições em sala de aula, não há material adequado para os professores desempenharem, da melhor forma, a sua profissão, há pouca vigilância nos recreios e a segurança, dentro e fora do perímetro das escolas, é uma constante preocupação para os pais e encarregados de educação.

Na área social falta mais apoio efetivo e sólido à população mais necessitada. O admirável trabalho da equipa de profissionais da União de Freguesias e a continuidade de alguns projetos não têm reflexo nas verbas vertidas em orçamento e Massamá e Monte Abraão precisam, urgentemente, de oferta e equipamentos sociais de suporte como o que foi inaugurado em 2007 na Xetaria. As últimas grandes obras na freguesia foram a Unidade de Saúde (2006) e o Centro Lúdico em Massamá (em 2011); E neste mandato? NADA!

Para a UF é hora de acelerar, de fazer festas, feiras, de cortar fitas para obter votos. Abundam anúncios, projetos, concursos mas faltam soluções, coerência. Aumenta-se verba em orçamento para tentar apresentar serviço nesta reta final depois de 3 anos e meio de vazio e erros crassos. Os espaços verdes, a varrição e a limpeza continuam a deixar muito a desejar não se cuidando devidamente do espaço público. A mobilidade é um caos, o desporto não tem o acompanhamento e o apoio devido e o associativismo apenas sobrevive.

E onde estão as promessas de 2013? Redução da fatura dos SMAS? O reforço do programa de distribuição gratuita de livros iniciado em 2002? A empresa municipal de transportes para melhorar a mobilidade dentro do concelho? E a segurança e proteção da população? NADA!

Cerca de 80 milhões na banca e quase tudo por fazer! Os munícipes não são acionistas bancários e o nosso dinheiro deve e tem que ser aplicado, de forma constante e estruturada, em serviços, infraestruturas e projetos que beneficiem a população. Este NÃO é caminho porque é errático, à deriva, sem rumo.

É necessário trabalhar COM as pessoas e não apenas para as pessoas. É obrigatório ter uma estratégia condizente com as necessidades, cada vez mais, prementes na freguesia e no concelho. O que assistimos é uma inversão de prioridades e uma forma de estar autista que privilegia apenas alguns. A História tem que ser diferente!

 

 

Carlos Miguel Saldanha